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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Como falar de Papai Noel?

Especialistas defendem: estimular a fantasia no bom velhinho é saudável para o desenvolvimento dos pequenos. Entenda o porquê

Foto: Cleiby Trevisan
Foto: Ninguém deve tirar de uma criança a capacidade de fantasiar

Ninguém deve tirar de uma criança a capacidade de fantasiar

O Natal, uma das festas mais comemoradas em todo o mundo, está chegando. É época de esbarrar com Papai Noel em ruas, lojas, shoppings, restaurantes. O que não é nada mal, já que ver os filhos felizes é um dos maiores prazeres de pais e mães. Mas estimular a fantasia é saudável para o desenvolvimento dos pequenos? "Incentivar a crença no Papai Noel é absolutamente saudável. Mais do que isso: é imprescindível! Toda criança merece viver o encantamento do Natal", garante a psicoterapeuta e contadora de histórias Alessandra Giordano, de São Paulo.

Ninguém deve tirar de uma criança a capacidade de fantasiar. De acordo com os especialistas, o papel dos pais é, ao contrário, facilitar o mundo da imaginação para os pequenos, oferecendo-lhes todas as possibilidades de sonho e fantasia. "O Papai Noel é, sem dúvida, uma das recordações mais bonitas que trazemos da infância. E o que fica registrado em nosso inconsciente não é só a figura do entregador de presentes, pois o Papai Noel representa muito mais do que isso. O velhinho barbudo e simpático é o valor da família, da fraternidade e da bondade. E é também o respeito ao idoso", defende Rosana Zanella, psicóloga e professora do Instituto Sedes Sapientiae e da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), de São Paulo.

Além de proporcionar uma infância mais feliz e cheia de imaginação, o Papai Noel também oferece outras representações simbólicas. "É ele que vai se esforçar para atender aos nossos desejos. A ideia de que vamos encontrar bons velhinhos ao longo da vida é o que nos ajuda a aguentar o 'tranco'. É o que chamamos de fé na vida", diz Carolina Scheuer, psicóloga especialista em psicanálise da criança.

Ela afirma que as figuras mitológicas criadas na infância são fundamentais durante todo o nosso percurso. "De modo geral, a realidade é uma coisa difícil de ser digerida sem 'amortecimento', na infância e na vida adulta." É claro que adultos e crianças lidam com a fantasia de maneiras completamente diferentes, mas todos, em algum grau, precisam dela para dar conta de suas angústias e ansiedades. "É pela via do imaginário e da fantasia que conseguimos elaborar nossas questões afetivas e isso começa na infância", afirma Carolina.

Muitos pais têm dúvidas sobre o que dizer aos filhos a respeito do Papai Noel. Diante desse dilema, a psicanalista austríaca Melanie Klein (1882-1960) experimentou negar a fantasia aos seus rebentos. Ela acreditava que a realidade deveria prevalecer em qualquer circunstância. Mas, certo dia, deparou-se com um pedido dos filhos: eles queriam se mudar para a casa da vizinha. Intrigada, perguntou o motivo e encontrou a resposta: é que lá existia Papai Noel. “O caso está registrado em uma das contribuições de Klein à psicanálise e mostra que a fantasia é intrínseca à criança, queiram os pais ou não”, avalia Carolina.

 Texto Juliana Bernardino
http://educarparacrescer.abril.com.br/

2 comentários:

  1. Verdade, Gilauce...
    ... tirar esse sonhos dos pequenos é covardia. O duro mesmo é perceber que muitos adultos acreditam em "Papai Noel", "Mula sem cabeça", "Saci Pererê" e outros contos (também) de fadas!

    BFS.

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  2. Concordo caro Manuel. Eu mesma deixo que meu filho acredite já que ainda é criança, pois eu mesma acreditava. Quando crescer, verá que não existe papai Noel, mas sim a magia do Natal, os bons sentimentos que essa época tão linda nos trazem a tona. Abs.

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