A dislexia é um
distúrbio na leitura afetando a escrita. Seu problema torna-se bastante
evidente quando tenta soletrar letras.
A criança desde
pequena já apresenta algumas características que denunciam suas dificuldades,
tais como:
- Demora em
aprender a segurar a colher para comer sozinho, a fazer laço no cadarço do
sapato, pegar e chutar bola.
- Atraso na locomoção.
- Atraso na
aquisição da linguagem.
- Dificuldade na aprendizagem das letras.
A criança disléxica
possui inteligência normal ou muitas vezes acima da média. Sua dificuldade
consiste em não conseguir identificar símbolos gráficos (letras e / ou números)
tendo como conseqüência disso a dificuldade na leitura e escrita. A dislexia
normalmente é hereditária. O distúrbio envolve percepção, memória e análise
visual. A área do cérebro responsável por estas funções envolve a região do
lobo occipital e parietal.
Características
para identificar o Disléxico:
- Confusão de
letras, sílabas ou palavras que se parecem graficamente: a-o, e-c, f-t, m-n,
v-u.
- Inversão de
letras com grafia similar: b/p, d/p, d/q, b/q, b/d, n/u, a/e.
- Inversões de
sílabas: em / me, sol / los, las / sal, par / pra.
- Adições ou
omissões de sons: casa Lê casaco, prato lê pato.
- Ao ler pula
linha ou volta para a anterior.
- Soletração
defeituosa: lê palavra por palavra, sílaba por sílaba, ou reconhece letras
isoladamente sem poder ler.
- Leitura lenta
para a idade.
- Ao ler, movem os
lábios murmurando.
- Freqüentemente
não conseguem orientar-se no espaço sendo incapazes de distinguir direita de
esquerda. Isso traz dificuldades para se orientarem com mapas, globos e o
próprio ambiente.
- Usa dedos para
contar.
- Possui
dificuldades em lembrar se seqüências: letras do alfabeto, dias da semana,
meses do ano, lê as horas.
- Não conseguem
lembrar-se de fatos passados como horários, datas, diário escolar.
- Alguns possuem
dificuldades de lembrar objetos, nomes, sons, palavras ou mesmo letras.
- Muitos conseguem
copiar, mas na escrita espontânea como ditado e ou redações mostra severas
complicações.
- Afeta mais
meninos que meninas.
O disléxico
geralmente demonstra insegurança e baixa auto-estima, sentindo-se triste e
culpado. Muitos se recusam a realizar atividades com medo de mostrar os erros e
repetir o fracasso. Com isto criam um vínculo negativo com a aprendizagem,
podendo apresentar atitude agressiva com professores e colegas.
Antes de
atribuir a dificuldade de leitura à dislexia alguns fatores deverão ser
descartados, tais como:
- imaturidade para
aprendizagem;
- problemas
emocionais;
- métodos
defeituosos de aprendizagem;
- ausência de
cultura;
- incapacidade
geral para aprender.
Tratamento e
orientações:
- O tratamento
deve ser realizado por um especialista ou alguém que tenha noções de ajuda ao
disléxico. Deve ser individual e freqüente.
Durante o
tratamento deve-se usar material estimulante e interessante. - Ao usar jogos e
brinquedos empregar preferencialmente os que contenham letras e palavras.
- Reforçar a
aprendizagem visual com o uso de letras em alto relevo, com diferentes texturas
e cores. É interessante que ele percorra o contorno das letras com os dedos
para que aprenda a diferenciar a forma da letra.
- Deve-se iniciar
por leituras muito simples com livros atrativos, aumentando gradativamente
conforme seu ritmo.
- Não exigir que
faça avaliação de outra língua. Deve-se dar mais importância na superação de
sua dificuldade do que na aprendizagem de outra língua.
- O tratamento
psicológico não é recomendado a não ser nos casos de graves complicações
emocionais.
- Substituir o
ensino através do método global (já que não consegue perceber o todo), por um
sistema mais fonético.
- Não estimule a
competição com colegas nem exija que ele responda no mesmo tempo que os demais.
- Oriente o aluno
para que escreva em linhas alternadas, para que tanto ele quanto o professor
possa entender o que escreveu e poder corrigi-los.
- Quando a criança
não estiver disposta a fazer a lição em um dia ou outro não a force. Procure
alternativas mais atrativas para que ele se sinta estimulado.
- Nunca critique
negativamente seus erros. Procure mostrar onde errou, porque errou e como
evitá-los. Mas atenção: não exagere nas inúmeras correções, isso pode
desmotivá-lo. Procure mostrar os erros mais relevantes.
- Peça que os pais
releiam o diário de classe sem criticá-los por não conseguir fazê-lo, pois a
criança pode esquecer o que foi pedido e / ou não conseguir ler as instruções.
Autora: Simaia
Sampaio