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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O MÉTODO PAULO FREIRE

Como seria na prática esse método?

Não estamos tratando aqui de uma mera técnica de alfabetização, e sim, de um método coerente com o posicionamento teórico filosófico. Para a alfabetização é necessária a conscientização.
Somente um método que privilegiasse a ação e o diálogo seria capaz de ser coerente com os princípios que já vimos anteriormente. Seria preciso a modificação do conteúdo programático, e mesmo a modificação da forma pelo qual o mesmo é determinado.

O diálogo é então a base do método de Freire

Mas, o  que é o diálogo e qual diálogo? Qualquer diálogo ?
O diálogo é uma relação de comunicação de intercomunicação, que gera a crítica e a problematização já que ambos os parceiros podem  perguntar: "por quê?".
Quem dialoga, dialoga com alguém e sobre algo.
O conteúdo do diálogo é justamente o conteúdo programático da educação.
E já na busca desse conteúdo o diálogo deve estar presente.
Analisando o diálogo, Paulo Freire constata a necessidade de analisar a palavra como mais do que um meio para que o diálogo se efetue.
Há duas dimensões constitutivas da palavra: ação e reflexão. A palavra verdadeira é práxis transformadora. Sem  a dimensão da ação, perde-se  a reflexão e a palavra transforma-se em verbalismo, ou verborragia. Por outro lado, a ação sem a  reflexão transforma-se em ativismo, que também nega o diálogo. O educador bancário define o conteúdo antes mesmo do primeiro contato com os educandos. Para o educador libertador, esse conteúdo é a devolução organizada, sistematizada e acrescentada ao educando daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada. Esse conteúdo deve ser buscado na cultura do educando e na consciência que ele tenha da mesma. O momento da busca do conteúdo programático dá início ao processo de diálogo em que se produz a educação libertadora. Essa busca deve investigar o universo temático dos educandos ou o conjunto dos temas geradores do conteúdo.
Por ser dialógica já é problematizadora e permite que se obtenha a consciência   dos indivíduos sobre esses temas; a participação na investigação do seu próprio universo temático leva o educando a admirar este universo, e, essa admiração possibilita a capacidade de criticá-lo e transformá-lo. Mesmo tratando-se de um método para adultos analfabetos não é difícil para os educadores mais conscientes, perceberem a importância da utilização do universo temático para as crianças, por exemplo. A uniformidade das cartilhas impossibilita a   aplicação dos princípios formulados por ele.

Síntese dos passos
- levantamento do universo vocabular dos grupos, para a escolha das   palavras geradoras
- organização dos círculos de cultura, formados por pequenos grupos, sob a coordenação de uma pessoa, que não precisa necessariamente ser um professor
- a representação de uma das palavras, já que estas pertencem ao universo vocabular dos educandos, aliada a sua experiência de vida, gerará temas correlatos, descobrindo-a como suma situação problemática
- reúne-se todo o material possível para ampliar a consciência e experiência dos educandos
-passa-se à visualização da palavra e ao processo de decodificação em unidades menores, para reconstituí-la posteriormente.

" Ensinando se aprende, aprendendo se ensina".

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