Texto de Nathália Goulart publicado originalmente na Revista Veja 

(Thomas Tolstrup/Getty Images) 
O escritor italiano Italo Calvino dizia  que clássicos são os livros que propagam valores universais e despertam  emoções que, a despeito do tempo decorrido desde a leitura, jamais são  esquecidos. “Constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado”,  escreveu. Cientes dessa riqueza, geração após geração, muitos pais se  preocupam à certa altura da vida em reunir esse tesouro em uma estante,  presenteando os filhos com uma seleção dos melhores livros. A tecnologia  vai adicionar, de maneira crescente, uma questão a essa tarefa:  franquear aos filhos uma coleção de livros ou um tablet ou e-reader, o  leitor de livros digitais (ebooks), aos quais clássicos e outras tantas  obras podem ser adicionados?
Sim, muitos clássicos já estão  disponíveis para tablets e e-readers, muitos mais estão a caminho e o  mesmo vale para obras contemporâneas que servem à formação e ao deleite  de crianças e adolescentes. Em língua portuguesa, já é possível ler nos  dispositivos fábulas narradas pelos irmãos Grimm, A Menina do Narizinho Arrebitado, de Monteiro Lobato, e as instigantes aventuras de Julio Verne, como Viagem ao Centro da Terra, entre outros.  É apenas uma pequena parcela do que já se faz em língua inglesa, por  exemplo, que conta com milhares de obras prontas para a leitura.  “Estamos próximos da virada digital”, afirma Mauro Palermo, diretor da  Globo Livros, que até o fim deste ano vai colocar nos tablets todo o seu  acervo infanto-juvenil – incluindo os clássicos assinados por Monteiro  Lobato. “É um caminho sem volta”, diz.
A ideia de tirar o tradicional livro  impresso das mãos das crianças e trocá-lo por um iPad, da Apple, ou  similar pode assustar os pais. Mas não causa a mesma reação nos  estudiosos. Para estes, não existem restrições para leitura na nova  plataforma. “O universo digital exerce fascínio nos jovens e, com ajuda  dos tablets, pode apresentar a leitura para esse público de forma  surpreendente”, afirma Marcos Cezar Freitas, pedagogo da Universidade  Federal de São Paulo (Unifesp).
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